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Como posso ajudar?

Sidney Jorge • out. 16, 2020

Como posso ajudar?

Por Sidney Jorge.


Este é um questionamento sempre presente nas pessoas que, de fato, se ocupam em fazer alguma coisa pelos outros. Trazem em si aquele olhar compassivo, compreensivo de quem entente o significado mais profundo do ser humano e, sobretudo, de suas necessidades físicas, espirituais, materiais e afetivas. É desta maneira que podemos conceber as mulheres e os homens voltados à promoção do bem alheio.


Pois bem, o que encontramos na sociedade, ainda é um grande abismo econômico que separa as pessoas empobrecidas das pessoas ricas. Quem se encontra no patamar da riqueza, entre outras preocupações, cuida de proteger seu patrimônio tendo como aliado o Estado. Este, por sua vez, tem no cerne de sua identidade, exatamente o exercício de garantia ao patrimônio público e privado. Quem se encontra no nível da pobreza, entre tantas preocupações, trata de buscar meios de subsistência ou sobrevivência e por tal fato precisa recorrer aos favores de outras pessoas e do próprio Estado. O “benefício” da bolsa família é apenas um dos itens vinculado a um dos programas de contribuição Estatal aos cidadãos e cidadãs de baixa renda. Infelizmente, salvo o papel ideológico, temos de reconhecer a função social de combate à fome presente nessas bolsas governamentais. Há uns dia ocorreu um debate no Brasil acerca do Bolsa Família, devido a proposta do Governo Federal de mudar o nome para renda cidadã e mudar também a fonte dos recursos, retirando parte do Fundeb e dos precatórios devidos. Falta ainda consideração pelos cidadãos e cidadãs. O Jornal Bom dia Minas, no dia 30/09/2020, veiculou a informação de uma comunidade onde o esgoto corria a céu aberto. Ao procurar a notícia na internet, o volume de casos similares é revoltante (segue link: https://g1.globo.com/busca/?q=esgoto+a+c%C3%A9u+). Percebe-se que não basta apenas um programa de renda, necessário com certeza, entretanto o descuido com saneamento básico deveria ser constrangedor para gestores de qualquer esfera governamental. O mínimo de reconhecimento do valor e significado das outras pessoas é inadiável principalmente agora. Ainda resta aos empobrecidos o apoio de diversas organizações não-governamentais (Ongs) que preenchem outras lacunas não amparadas pelo Governo.


São as pessoas participantes dessas organizações que apresentam, em sua maioria, um diferencial na sociedade. Muitas dedicam parte do seu dia aos outros. Envolvem-se de forma única nos problemas alheios buscando a melhor solução para resolvê-los. Lembro-me de umas senhoras que faziam artesanato na obra da Igreja do Centro da cidade para vender e montar enxovais que eram doados às mães grávidas que não tinham recurso para este fim. Um dia elas fizeram onze cestas básicas e levaram para onze famílias de bairros da periferia da cidade. Em uma das casas depararam com uma situação onde haviam quatro crianças no local e quando uma das senhoras perguntou onde elas dormiam, uma menina prontamente apontou para o chão de terra batida. Deixaram lá a cesta, voltaram afetadas pelo contexto de miséria que viram, mas não desanimaram. Fizeram um evento e três dias depois estavam entregando duas camas novinhas para as crianças que choraram de alegria. E não parou por ai, um mês depois tinham levantado os recursos para edificação de uma casa com melhores condições de uso para aquela família.


Essa história retrata o encontro de duas realidades sociais, moradoras do centro da cidade e famílias de bairros pobres da periferia. Retrata também o envolvimento das senhoras da obra social. Desde antes já dedicavam na tarefa de ajudar grávidas de baixa ou nenhuma renda. Como mães, compreendiam a necessidade das primeiras roupas de um recém-nascido e como isso é importante para elas, principalmente àquelas sem recurso financeiro. Depois, quando se sentiram provocadas e convocadas pela situação de pobreza que vivenciaram, foram além e dedicaram um pouco mais ao problema social daquela família.


Enfim, muito podemos fazer por nossos concidadãos. A indiferença é terrível. Há quem aproveita da pobreza, outros, de fato se acomodam e, se há um declínio social e financeiro tão absurdo como se pode acreditar e defender a meritocracia sendo que as condições do lugar de partida apresentam-se, historicamente, tão desiguais? Entretanto, a oportunidade de emprego, de formação, de prática esportiva, de cultura é que faz a diferença. Alguns projetos sociais visam apenas os benefícios econômicos, políticos e de marketing e se perdem naquilo que deveriam fazer de melhor: criar oportunidades. Muitos programas sociais vão por este mesmo caminho. Mas como no título deste artigo, a pergunta deveria ser: como posso ajudar? O que de fato o público-alvo está precisando? Quais as oportunidades concretas este projeto ou programa poderá, de fato, estabelecer com sua implantação? Qual promoção socioeconômica real está prevista na elaboração e execução do projeto? Qual a essência de empoderamento aos destinatários permitindo-os ascender socialmente? Eis os elementos norteadores de um projeto social.


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