O Silêncio e a Chuva
O Silêncio e a Chuva
Por Sidney Jorge
O Silêncio... Momento ímpar, único, profundo, misterioso.
No silêncio vai-se a fala, chega a mensagem, o sinal, o símbolo. O não dito revela o significado. Cessa a voz do mundano, inicia a voz do divino e o gesto comunica o indizível.
Um murmúrio no silêncio goteja. É a chuva, a voz da graça, da esperança. Molha a terra que silenciosa aguardou a chuva pois guarda a semente, a silenciosa semente.
Novamente o silêncio... a terra, a chuva, a semente: silenciosa, quieta, fértil. Agora o movimento, o broto, a planta, as folhas, o silêncio... A chuva, a terra, a planta, o tronco, os galhos, as folhas, as flores, os frutos e surge a voz, o canto dos pássaros, o som da chuva nas folhas das árvores que é vida do seu fruto que é vida e alimenta a vida porque antes houve o silêncio do silêncio, o silêncio da terra, da semente, da chuva e o inaudível som do movimento.
E na fala, no silêncio, na chuva, na terra, no movimento, na semente, na planta, na árvore, na flor, no fruto, na vida, em nós, está a Dádiva. Está o AMOR...
É o silêncio quem diz;
É a chuva que fala;
É a terra que comunica;
É o movimento que indica;
É a semente que anuncia;
É a árvore que sonoriza;
É o fruto que divulga;
É a vida que sinaliza;
E somos nós que realizamos na experiência inefável do Bem Querer.