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O "Eu" do futuro.

Sidney Jorge • nov. 10, 2022

     O Eu do futuro!

     A reflexão é sobre o Eu. A questão não é compreender quem sou eu, até mesmo porque, o eu está continuamente em processo de construção desde o momento da concepção, nascimento até à conclusão do último respiro a sinalizar a entrega do projeto realizado no plano que chamamos terreno. A tentativa da descrição do Eu pauta o desafio de descrever a própria identidade. O princípio da identidade se confunde com a busca de definição do Eu genérico, pois há que se entender também como Eu todas as instituições que buscam regular a convivência do conjunto de Eus que pairam no universo, como por exemplo, a instituição família ao assegurar um certo número de indivíduos garantias de vivência, sobrevivência e inserção no conjunto de outras famílias nomeadas de comunidades ou sociedades. Se o Eu de uma instituição estiver desregulado ou, desorientado, necessariamente haverá reflexos no conjunto de outras instituições conectadas àquela primeira. As diversas instituições empresariais, da justiça, políticas, times de futebol, associações ou religiosas seguem, como exemplo, por exercerem seu papel em torno de uma identidade que, ao serem melhores definidas, maiores clarezas oferecerão em suas prestações de serviços a seus frequentadores, usuários ou adeptos.


     Feita essa introdução, passemos à composição do tema Eu do futuro. Como referendado anteriormente, a percepção da identidade, do Eu, se evidencia em um processo de construção. Em seu nascimento, a pessoa se vê diante uma realidade ainda não experimentada. Primeiro um estado de plena dependência dos entes geradores e provedores e, ao mesmo tempo, uma inserção no contexto social da família que permitiram e prepararam sua entrega ao novo mundo alheio ao ventre onde estava antes do parto. A nova pessoa, com certas limitações, recebe uma nova realidade contextualizada ao que pode oferecer sua família de acordo com o nível social e, importantíssimo, o nível de consciência dela. Em harmonia com a natureza, a pessoa atravessa um período de desenvolvimento físico, espiritual, psicológico, intelectual, emocional, afetivo, relacional e outros aspectos a contribuir na maturação dela e, o passar do tempo traz, em algum momento, a consciência do seu Eu. Quer dizer, ela mergulha no veio humano e social de sua identidade entendendo-se como um ser que possui, ainda que inserido nas impressões da sociedade, uma identidade que lhe difere das bilhares de outras a coexistirem no mesmo período de tempo e espaço que ela.


     A consciência do Eu, da identidade, em confronto com a consciência do Eu do outro, traz em si a sensação de potência, de poder continuar sendo e, ao mesmo tempo, elaborar um determinado papel funcional na comunidade, para colaborar na existência e adequação da sociedade aos valores apresentados por ela, hoje, preferencialmente econômicos, mas não apenas, pois há sociedades que convivem regradas por outros valores tais como comunidades indígenas que também recorrem, certamente, ao princípio da identidade para que seus convivas possam viver bem mesmo estando alheias aos mais precisos conceitos capitalistas. Esse argumento serve para dizer que, independentemente da comunidade, a pessoa ao constatar o seu Eu, busca uma forma de ser feliz. Confusas e escassas compreensões da própria identidade fazem com que a pessoa tenha dificuldades nos relacionamentos e com ela própria. Daí, como discorrido em textos anteriores, a importância de ter clareza de identidade e buscar ascender nos níveis de consciência para evitar demandas desnecessárias que podem prejudicar o acesso e ou sensação de felicidade.


     Quanto maior o nível de consciência, maior o compromisso e a integração com o tempo presente. Aí que está o segredo e a insistência em abraçar a consciência do Eu. A consciência expandida vive o presente. A compreensão difusa do Eu leva a pessoa a ficar preocupada com o passado e futuro, tempos não existentes agora, de acordo com o nível de consciência. A preocupação como o passado e futuro deixa a pessoa em um estado de alienamento de suas buscas e emoções trazendo medos, ansiedades e prejudicando suas realizações pessoais  deixando-a, continuamente, infeliz. Porém, quando o nível de consciência atinge o amor, a alegria, a paz e, em alguns casos, a iluminação, vive-se um estado de integração com a plenitude onde presente, passado e futuro coexistem afastando qualquer interferência de medo, tristeza, raiva, apatia e outros níveis de baixa frequência vibracional.


     Aqui já é possível compreender que o nível de consciência a permitir uma comunhão íntegra com o Eu é sempre aquele mais expandido. Mas qual a relação de tudo isso com o Eu do futuro? Simples. Ao cuidar do Eu do presente da melhor forma possível ou, ao ter a consciência do alcance dessa tarefa, na certeza de que o tempo é contínuo e passa, estou cuidando e acertando, da melhor forma possível, a vida e as experiências do Eu do futuro, e com boas lembranças e gratidão do Eu do passado, pois o Eu do futuro será o Eu do presente de um Eu do passado e por aí vai. Parece um jogo de palavras que pode soar estranho. Mas o que se realiza hoje pode ter consequências boas ou ruins. Essa reflexão surgiu ao assistir um quadro sobre economia na TV onde a apresentadora dizia que devemos usar as finanças de agora para cuidar e não aborrecer o Eu do futuro. Um investimento equivocado hoje trará fortes impactos ao Eu do futuro deixando para que ele resolva. Uma dívida, por exemplo, poderá ser um grande problema para o Eu futuro. É bom sempre trazer esse pensamento. Por outro lado, um investimento acertado realizado por um Eu do presente consciente e feliz poderá trazer bastante alegria ao Eu do futuro que se beneficiará do feito do Eu do passado.


     Ao pensar sobre o assunto e lembrando de muitos textos escritos e postados nessa Revista Digital, há a convicção de que tal premissa vai além dos investimentos econômicos, pode-se recorrer aos investimentos pessoais do cuidado em vários aspectos da vida, saúde, relacionamentos, estudos, fé, empreendimentos, esportes e várias instâncias que refletem na possibilidade da felicidade da pessoa. Uma pessoa, que por algum motivo, recorre a drogas, álcool em excesso e outros vícios rotineiramente, infelizmente, está, no presente, criando situações ruins ao seu Eu do futuro. Destruição da saúde, de órgãos, da convivência, do trabalho e outras consequências. Da mesma forma, os inúmeros estudantes que negligenciam os estudos, a escola, os mestres, os amigos e amigas, no presente, tendem a construir uma realidade de escassez para os seus Eus do Futuro. Enquanto, alguém que decide mudar de comportamento e zelar efetivamente de seu Eu do Presente, após um despertar da consciência, estará, por consequência, entregando ao Eu do futuro circunstâncias melhores para que ele usufrua feliz e grato pelo feito. As pessoas que buscam tratamento para deixar o álcool ou as drogas fazem isso, melhoram a vida do seu Eu do futuro. Aqueles estudantes que despertam a consciência e passam a ler mais, estudar mais, ter ações positivas e construtivas em relação a escola, aos amigos, amigas, mestres e família, instituem um caminho próspero a oferecer ao seu Eu do futuro. Pessoas sedentárias que se dedicam ao esporte e entregam ao Eu do futuro uma pessoa mais saudável, mais disposta, mais leve mentalmente. Uma pessoa que busca melhorar seus níveis de consciência leva mais sabedoria, mais presença, mais consciência, mais felicidade ao seu Eu do futuro.


     É possível usar essa fórmula para infinitas possibilidades e realidades que vivemos, evitar realizar hoje, agora, no presente situações complicadas e desgastantes para o Eu do futuro resolver, ou não, talvez aconteça dele não dar conta. Tendo consciência, não é difícil amar o Eu do futuro amando-o agora, nesse exato momento. E é interessante lembrar que o mais viável é não se ater somente no que o Eu do futuro será, mas em como estará. Aquela famosa pergunta feita às crianças: "O que você será quando crescer?", talvez seria mais profundo se questionasse: "Como ou quem você será quando crescer?". A resposta poderia livrar aquela pessoa em desenvolvimento  da obrigação de se prender a uma função social ainda no presente e levá-la, desde já, a se ocupar em perceber, gradativamente, quem ela é e como ela compreende o meio em que vive e se desenvolve, podendo assim absorver, com mais intensidade e liberdade, as melhores informações que colaboram no seu crescimento em todas nuances de seu Eu.  É muito simples. 


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