Por Cláudia Chaves Martins Jorge
Em uma disputa acirrada, Joe Biden vence as eleições nos EUA. Um homem que valoriza os filhos e a família ocupa o cargo mais importante do país que direciona o mundo. Talvez pelas perdas que sofreu, a primeira esposa e a filhinha com pouco mais de um ano e tempos depois o filho mais velho vítima de um tumor, Joe Biden parece ser alguém que transformou as tristezas em força por um ideal, cumprindo a promessa que fez ao filho mais velho pouco antes de seu falecimento¹.
A postura segura de quem sabe a que veio, o Presidente eleito pede união entre os americanos e que os discursos de ódio sejam deixados para trás. O atual Presidente Donald Trump pretende repedir os feitos de 20 anos atrás quando as eleições disputadas por George W Bush e Al Gore foram parar nos tribunais, que reconheceram a vitória de Bush. Apesar do inconformismo de Trump, todo o mundo vê, com bons olhos, a eleição do democrata que tem como vice Kamala Harris, a primeira mulher negra eleita para este cargo, filha de imigrantes e ativista na luta por direitos civis.
Após a confirmação da vitória, o Presidente eleito disse ao povo americano pelo Twitter: “Estou honrado por ter sido escolhido para liderar nosso grande país. O trabalho que temos pela frente será árduo, mas prometo o seguinte: serei um presidente para todos os americanos, quer você tenha votado em mim ou não”, o que reforça que ele foi a melhor escolha, pois o mundo precisa de alguém que una e não divida ainda mais – pluribus unum.
Sentar na cadeira de Presidente requer responsabilidades e decisões acertadas e a condução do Presidente Trump neste período de pandemia, foi muito criticada e deixou um saldo muito ruim, o negacionismo da doença acabou levando o país a recordes de mortes e contaminados. Com a vitória de Biden, os EUA e mundo parecem ganhar novos ares que acabarão se refletindo na política externa, já que a visão de um Chefe de Estado, faz toda a diferença na condução de diálogos com outros países. No Brasil também se vê comemorações pela vitória de Biden e o povo renova as esperanças de que estas mudanças também se reflitam por aqui. A polarização que deu origem ao governo Bolsonaro, divide e segrega o país entre os apoiadores ou não do governo, não há meio termo porque não tem espaços para críticas e os que criticam são taxados de opositores e esquerdistas.
O Presidente do Brasil demostrou uma torcida pela vitória de Trump, pautado em uma “amizade pessoal”. Mas, para os que defendem o Brasil e o processo democrático de direito, a vitória de Biden é positiva já que há uma expectativa de que será cobrado do atual governo brasileiro um posicionamento responsável principalmente nas questões ambientais. Para o desenvolvimento de qualquer país, é muito importante ter boas relações internacionais, e não apenas relações pessoais porque presidentes passam e as relações entre países continuam.
Com um olhar mais atento ao combate às “Fake News”, o resultado das eleições mostrou que o discurso de ódio e divisão já está se tornando cansativo, fora de moda e contraproducente para qualquer país que queira ser respeitado. E por aqui, vamos aguardando a chegada de 2022.
Referências:
¹Livro: Promete-me pai – livro de memória de Joe Biden, lançado em Português pela Editora Clube do autor, em outubro de 2020.