Encontros

Sidney Jorge • 26 de julho de 2023

Encontros

     É sempre oportuno fazer referências a textos publicados anteriormente. O conto “Os dois reinos” exibe, em palavras, o retrato de um encontro onde os reinos aproveitaram tal possibilidade para estabelecerem uma ponte de interação e criação.


     O que torna os encontros especiais são corações desarmados de ofensas, pré-conceitos, raivas, medos, inseguranças e outros sentimentos aleatórios. Insisto, o que torna os encontros especiais e essenciais são corações abertos à acolhida, à interação, ao respeito, e, à simplicidade em reconhecer, nas pessoas, a avidez por uma boa prosa, uma boa bebida, uma boa refeição, uma boa atenção. Nesses encontros há sempre uma energia mútua em dar e receber. Uma palavra sábia, uma discordância, outro ponto de vista, uma proposta, uma nova visão da realidade, um questionamento, um silêncio, um suspiro, um olhar, uma lágrima, um passeio, uma caminhada, um mergulho… tudo contribui para enriquecer os encontros. Alguém sempre deixa alguma coisa e recebe alguma coisa e vice-versa. 


     Os encontros ocorrem antes, durante e depois. Antes, são os preparativos para seguir o caminho, a viagem e tudo aquilo a ser levado, sendo que as bagagens mais adequadas, são os espíritos leves e dispostos em compartilhar. Durante, são os abraços, os eventos, os olhares, as risadas, sobretudo, as presenças. Depois, finalizado o encontro, são as memórias que ficam e que vão. As oportunidades que chegam e que se efetivam na expectativa de como melhorar o próximo e, por certo, os próximos. Quando um encontro é bom, o lar acolhedor nunca fica vazio, permanece envolvido das boas lembranças, do milagre da partilha e da multiplicação do pão, da alegria e da gratidão. A vida segue seu fluxo, há um caminho para quem volta, levando o gostinho de querer ficar. Há uma mensagem para quem fica, saborear a experiência de que foi, é e sempre poderá acolher.


     Os encontros podem reunir família, famílias ou famílias da família, amigos da família e podem começar famílias. Os encontros perpassam gerações, outras vezes estão em serem formados exatamente pela conveniência e convivência entre elas.  A beleza revela-se nas bênçãos verbalizadas às gerações mais novas. A vitalidade da experiência ampara a perplexidade de quem está elaborando o início de uma jornada e também tem o que oferecer, ainda que seja o respeito e a admiração por aquelas pessoas que fizeram e ainda efetuam sua rica contribuição para a sociedade. Os encontros abrem portas, muitas delas.


     No caminho, o frade encontra a freira para a contemplação de todas as pessoas que passam por ali e fitam o encontro permanente na montanha, quem sabe um sinal divino de que todos os encontros são possíveis e abençoados. No lugar, o rio encontra o mar onde nem o mar é mar e nem o rio é rio, apenas um necessário encontro já sonhado pelo rio e esperado pelo mar. E no rio há o encontro de barcos de pesca e de pescadores oferecendo um colorido ao monocromo do rio. E há o encontro do mar com a orla oferecendo mais areia para agigantar a praia e assegurar a praça. Há o encontro do vento para brincar e reforçar as ondas. Há o encontro da chuva para despertar a terra e as sementes. E há Deus para encontrar a fé.


     Onde você está agora? Receba a dádiva de lembrar de seus melhores encontros. São lembranças, são memórias, mas, que sirvam de âncoras para revigorar o seu agora. Que sirvam de alimento para saciar as suas buscas. Que sirvam de motivação para construir e acreditar em outros. Que sirvam de certeza que vale muito crer no melhor de você. Que sirvam de inspiração para perceber novas realidades e, mesmo agora, que nunca lhe falte o vinho novo da alegria e da gratidão, mesmo que lhe pareça tomar água, pois, nos encontros onde reina a paz, há, certamente, a presença do milagre.

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