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Um conto de Natal

Sidney Jorge • nov. 06, 2021

Um conto de Natal.

          Há duas semanas do dia 25 de dezembro, Joana, uma menina com 12 anos, chega até sua mãe e pergunta:

          - Mãe, ouvi dizer que no Natal nasce um tal de Menino Jesus. Por que o pessoal fala tanto em Natal, Natal, menino Jesus, menino Jesus? Eu acho que o importante é ganhar presentes, brinquedos, festejar, não é mesmo?

          A mãe responde:

          - Minha filha, todos os anos no tempo do Natal, a gente lembra o nascimento de Jesus que trouxe esperança para toda gente. O Menino Jesus nasceu numa manjedoura, muito pobre em meio aos bichos mas, irradiou de alegria seus pais, os anjos, os pastores e todo povo. Ele continua nascendo anualmente em nossos corações e isso é motivo de nossa alegria, esperança e fé nesse tempo.

          Joana um tanto confusa indaga?

          - Mas como é que alguém pode nascer todo ano? Quer dizer que ele nascerá de novo?

          - Sim minha filha, este ano ele nasce novamente! E a gente pode encontrá-lo. Respondeu.

          - Então farei isso e se ele é tão importante e tão pobrezinho, levarei alguns presentes. Levarei um manto bem quentinho, um brinquedo que comprarei com aquele dinheiro que a senhora e papai me deram, porque criança adora ganhar brinquedo e, levar um bolo de fubá. Disse.

          Ela pede a mãe um manto, compra um brinquedo bem legal e, no dia do encontro, ajuda a mãe fazer um bolo de fubá, ajeita tudo em uma bolsa e se dirige à mãe?

          - Como vou encontrá-lo mãe? Onde fica essa manjedoura que nem sei como é?

          - Filha, talvez você não precise ir longe. Faça uma caminhada pelo bairro e se vir uma manjedoura vai descobrir o que é. Lá estará o menino Jesus. Orientou.

          - Até logo mãe.

          Joana sai de casa e anda com a expectativa de encontrar o menino Jesus e entregar-lhe os presentes. Adiante, ela passa perto de uma menininha que estava a brincar na rua vestindo uma bermuda, uma camiseta rasgada, estava um pouco frio. Joana olha a menina e sente-se movida a entregar-lhe o manto. A menina olha para sua mãe sentada num banco de madeira perto da cerca de arame farpado da casa amamentando o irmão mais novo que acena positivamente com a cabeça. A menina corre toda feliz até a mãe com o manto colorido. Joana observa aquela cena. Lembra que tem ainda dois presentes para entregar o menino Jesus. Vai até o final da rua olhando atentamente os lados e volta. Ao passar em frente à casa da menina, chama por ela, pergunta seu nome, “Mariana”, responde a menina.

          - Vamos brincar um pouco? Procuro o menino Jesus, mas depois eu continuo. Disse Joana.

          - Eu não tenho brinquedo. Respondeu Mariana.

          Joana, um tanto indecisa, tirou o brinquedo que estava em sua mochila e entregou a menina que recebeu com os olhos brilhando de alegria. E as duas começaram a brincadeira. Sorriram muito, correram, conversaram, muito legal aquele encontro. Joana, apesar de acostumada a andar pelos arredores de sua casa, não percebeu, mas sua mãe a acompanhou à distância desde o momento em que saiu.  As brincadeiras multiplicavam-se até que a sede se manifestou. As meninas tomaram o rumo da porta alcançaram o filtro de água e saciaram-se. Joana sugeriu a Mariana fazerem um lanche e ela surpresa informou que ali não faziam lanche. O pai de Mariana saia todas as madrugadas e trazia  alimento à noite quando chegava da busca por emprego em longas filas no centro da cidade, não conseguindo, procurava serviços de entrega ou faxina em comércios em troca de pequenas quantias de dinheiro ou comida mesmo. Ligeiramente Joana retirou o último presente destinado ao menino Jesus: o bolo de fubá, entregou à mãe de Mariana, que acompanhava aquela novidade, e, pediu:

          - Corta uns pedaços para nós por favor?

          - Sim e obrigada por você trazer esses presentes, foi muito legal, Mariana está muito feliz e eu também. Disse entregando um pedaço de bolo para cada uma das meninas.

          - Onde está o neném? Questionou Joana.

          - Está no quarto dormindo em seu bercinho, pode olhar ali da porta. Respondeu a mãe de Mariana.

          Joana foi até a porta do quarto indicado e arregalou seus olhos ao ver que o menino dormia em um berço não tal qual ela conhecia e sim em um pequeno caixote de papelão forrado com um pedaço de colchão envolvido com um lençol. Ela apenas disse: que bonitinho e guardou na mente aquela imagem vista por ela. Voltou à cozinha despediu da nova amiga, de sua mãe e dirigiu-se para sua casa. Logo viu sua mãe a esperando no portão.

          - Oi mãe, oi mãe. Gritou.

          - Oi filha, como foi sua aventura? Perguntou a mãe de Joana.

          - Ah mãe, foi legal. Fiz até uma amiga que eu nem sabia morar nessa rua, mas o menino Jesus não encontrei, nem a tal manjedoura e agora nem adianta, pois, todos os presentes ficaram na casa da minha amiga. Ah, e ela tem um irmãozinho e estranho ele dorme numa caixa de papelão. Apesar de não encontrar o menino jesus e nem entregar os presentes a ele, estou muito feliz! Respondeu deixando a mochila no quarto pendurada em um suporte.

          - Que bom filha! Também estou feliz! E você fez uma experiência muito profunda, pois, é assim que Jesus renasce em cada Natal e também em cada dia onde a gente se propõem em presentar, em dividir, em ajudar as pessoas que estejam passando por um momento difícil, com falta do mínimo de coisas para sobreviverem, com falta de amor e compreensão... Com certeza filha, você entregou os presentes ao menino Jesus! Falou.

          A menina ouviu a mãe, ficou com aquela mensagem e aquelas imagens na mente e no coração. No outro dia acordou eufórica informando a mãe e ao pai que faria uma campanha junto aos amigos da escola para comprar um berço e colchão para o irmão de Mariana. O que foi prontamente consentido pelos pais. A mãe falou com Joana que se reuniria com outras pessoas do bairro, do trabalho para visitar a família de Mariana e entenderem como poderiam colaborar e melhorar a vida da família. O pai de Joana disse ver no trabalho como ajudar também. E Joana não via a hora de reencontrar sua amiga.


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