Na casa de minha avó
Na casa de minha avó

Pintura na enxada do artista plástico Zezim - Barbacena-MG
Na casa de minha avó, não havia panela de pressão.
Em uma panela de ferro, aos poucos se cozinhava,
Postada no fogo mais forte, da lenha que estalava,
E o tempo dava conta, de entregar cozido o feijão.
Na casa de minha avó chuveiro elétrico não havia.
Um cano serpenteava, o interior do fogão.
No modo artesanal, de cinzas era feito o sabão
E a água quente chegava, no banho de alegria.
Na casa de minha avó, garrafa térmica tinha não.
O café colhido na roça, secado, torrado e moído.
Passado no coador de pano e no bule inserido.
Ficava o dia inteiro aquecido, na beirada do fogão.
Na casa de minha avó, forno à gás não vi por lá.
O milho ia pra terra, maduro, visitava o moínho,
Movido à roda d'água, no giro cantava sozinho
E o fogão à lenha assava, a tenra broa de fubá.
Na casa de minha avó, havia muita satisfação.
À Luz de lamparina, a família se encontrava.
Se alimentava, conversava e, à avó, gratidão!
Pelo jantar nutritivo, que na arte se realizava
No humilde e imponente fogão.